sábado, 2 de abril de 2011

Formas suaves para um trabalho bem sucedido

Estou lendo o livro "O Caminho da Habilidade - Formas Suaves para um trabalho bem-sucedido", um belíssimo guia para todos os que desejam trabalhar com consciência e prazer, escrito pelo indiano Tarthang Tulku.



Um dos principais ensinamentos é esse: encontrar prazer no seu trabalho, durante a ação. "Todas as vezes que você se perceber insatisfeito com o seu trabalho, pode tomar isso como um sinal de que não está trabalhando em um nível visceral." alerta o autor. Ele defende a ideia de que quando nos envolvemos de corpo e alma no nosso trabalho, descobrimos prazer nele. "Quando favorecemos um crescimento positivo e mudanças saudáveis em nosso trabalho, alcançamos o contato equilibrado com a vida, que nos traz paz e beleza. O trabalho se torna o prazer da vida, uma fonte de inspiração cheia de energia, tão precioso que somos cuidadosos em não desperdiçar sequer um único momento", completa.

Enfim, o livro é muuuito bom. Recomendo.
Um beijo a todos!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Gratidão

Alguns ensinamentos são preciosos em minha vida, mas o principal e que aprendi recentemente é o da gratidão. O guru da ONG Arte de Viver, Sri Sri Ravi Shankar, ensina que só existem dois modos de viver: um é reclamando e o outro é agradecendo. Podemos agradecer aos nossos ancestrais, às nossas experiências de vida, nossos erros, à natureza, ao nosso trabalho e àqueles que nos ensinam.

Na minha vida, agradeço por ter conhecido o Arte de Viver, graças à minha querida amiga-irmã, Aline Juruena, agradeço aos meus pais, meus irmãos e minhas amigas queridas, que preenchem a minha vida com carinho e afeto.

Além deles, agradeço especialmente ao meu afilhado João Lucas, que tem só seis anos mas já me ensina tudo sobre a vida. Como é que as crianças têm esse poder?

Agradeço por todas as viagens maravilhosas que tive a oportunidade de fazer. Da luz do sol que brilha diferente em Vancouver e confere à tudo lá uma outra cor, do frio refrescante da Patagonia e da cidade com cara de americana, mas que habla espanhol de Ushuaia, cheia de casas coloridas, lindas. Em Pipa, não esqueço das praias e do Parque Ecológico que dá vista para tartarugas marinhas. De Floripa, com seus restaurantes de frutos do mar tão gostosos, hummmm. Das prometidas cachoeiras de Carrancas, com pouquinha água, mas muito charme. Da Bahia, "que não me sai do pensamento", onde tanto sonhei em estar e vi a Lagoa do Itororó pessoalmente. De Morrinhos, no Paraná, com seu rio de água dourada e sua pousada de nome inspirado "Hakuna Matata".

De Arraial da Ajuda, que eu fui só pra passar um dia e fiquei 4 apenas com a roupa do corpo, debaixo do sol mais forte que já senti. Da praia de Guajiru, no Ceará, onde os carros andam pela areia e eu pilotei um triciclo na maior velocidade possível. Dos passeios à cavalo em Búzios, na minha adolescência. Da querida São Paulo que eu aprendi a gostar e virei fã do Parque do Ibirapuera, lugar onde andei de bicicleta no meio das flores. De São Pedro da Serra e Lumiar, onde tive o privilégio de me banhar na cachoeira Encontro dos Rios, de águas correntes e tão refrescantes que dá vontade de fechar os olhos e estar lá.

De Buenos Aires e suas ruas com lojas interessantes. De Ibitipoca, cheia de energia, e que tem um frio tão gostoso e bom pra namorar. Do baile de Carnaval de São Gonçalo do Sapucaí, onde saboreei minhas amadas marchinhas. De Itaipava, com as tardes na casa do Dadinho, regadas à bossa-nova, onde aprendi a amar Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Elis Regina. E Mauá, que foi o marco inicial de todas as viagens. Maromba e Maringá, always Maua´s.

De tudo tão bom que pude conhecer.

Gratidão, gratidão, gratidão!!!!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Diário Perdido - novo longa francês


Diário Perdido" é um filme delicado que trata da relação de três mulheres, de gerações distintas: mãe, filha e avó. Ao visitar os pais na sua cidade natal, na França, Audrey (Marina Hands), que vive em Toronto há 10 anos, descobre o diário de sua avó Louise (Marie-Josée Croze), a única lembrança de uma mulher que abandonou sua família cerca de 50 anos antes. A busca de Audrey por compreensão, revela um segredo familiar guardado em silêncio pelos anos, que vai, em última instância, aclarar a relação que tem com a mãe, Martine (Catherine Deneuve).

Bom, esta é a sinopse do filme que assisti sábado passado.

A história é essa, mas o tema central do filme é o autoconhecimento. Ao buscar respostas no sumiço da avó, a protagonista Audrey, está, na realidade, procurando se entender e compreender as suas escolhas e opções de vida. Audrey é uma mulher bonita e bem sucedida no trabalho. Sua vida pessoal, entretanto, é subestimada por ela mesma. Audrey não acredita ser capaz de vivenciar uma relação amorosa, não tem namorado ou marido e encontra-se grávida de um amigo, com quem transa eventualmente. E nem a questão da maternidade, ela encara bem. Nossa heroína pensa em aborto por não se achar preparada para cuidar de uma criança sem ter que abandonar sua carreira, que é o que lhe traz segurança emocional. Nem mesmo o fato de o pai da criança estar disposto a colaborar, dá coragem à Audrey, que permanece insegura.

Toda essa dificuldade em lidar com emoções da nossa protagonista vai sendo explicada à medida que a história de sua avó vem à tona.

Além disso, "Diário Perdido" apresenta a melancolia silenciosa de Martine, vivida por Catherine Deneuve em uma atuação espetacular. Martine é uma mulher de mais de 60 anos, casada com um marido apaixonado, dona de uma carreira bem sucedida e bonita. No entanto, nada disso a torna menos amarga. Todo o seu contato com os outros é carregado de rancor e por isso ela é incapaz de ser gentil e amável. Ao longo do filme, vemos que este problema se deve ao fato de Martine ter sido abandonada pela mãe, em tenra idade. E o pior para ela, abandonada sem nenhuma explicação. Daí a razão do rancor de Martine e de ela estar sempre "de mal com a vida".

Graças ao trabalho de sua filha, Audrey, em resgatar o passado da avó, Martine se liberta de muitos dos seus fantasmas e se torna um pouco mais leve. Toda a narrativa do filme vem mostrar a importância das relações familiares em nossa vida. Muitas vezes, mais importantes do que podemos supor.

Como já era de se esperar de um filme francês, o final não tem o típico "happy end", no qual os conflitos de todos os personagens são resolvidos. Mesmo assim, há o vislumbre de que os personagens estão no caminho certo para sua felicidade.

Filme inspirador e muito bonito. Vale a pena ver!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A Televisão Onipresente



Ontem, no fim da tarde, fui ao Zona Sul, da rua Carlos Góes, comer uma pizza com um amigo. Ao chegarmos lá, fizemos o pedido e nos sentamos em uma das poucas mesinhas da parte do supermercado destinada à pizzaria. Não deu nem tempo de iniciarmos uma conversa, pois logo fomos invadidos pelo som e imagem do jogo do Flamengo e Botafogo que provinha da enorme TV de tela plana que fica "estrategicamente" posicionada na área das mesas, que já é mínima.

Para piorar a situação, era jogo de final do Campeonato Carioca e parece que todo mundo estava parando bem na nossa frente para acompanhar a transmissão que a televisão "gritava". O volume estava altíssimo. A intenção do supermercado deve ser de que todo mundo que faça compras consiga ouvir a TV!

A princípio, até ficamos uns bons cinco minutos que nem dois bobocas, olhando para a tela. Mas logo em seguida, nos viramos de costas para o eletrodoméstico, porque, afinal, fomos lá para comer pizza e conversar e não para assistir televisão.

Infelizmente, este é apenas um exemplo de dia e local em que a TV impera com sua onipresença. Atualmente, bares, restaurantes, clubes, repartições públicas, supermercados, bancas de jornal, entre tantos outros locais de convívio público, todos ostentam com orgulho sua TV. Dá a impressão de que quanto maior e com o volume mais alto, melhor!

É preciso ressaltar que não tenho nada contra TV. Assisto e gosto de muitos programas. Entretanto, acredito que a televisão continua sendo um eletrodoméstico, que como o próprio nome diz, se destina ao ambiente doméstico. E neste ambiente cada pessoa vai escolher o que ver, em que horário e em qual volume!

O que acho absurdo é sair de casa e ser obrigada a conviver com a televisão em todos os ambientes públicos. Já não se tem mais o direito de sair à rua para espairecer, ver gente e se desligar do ambiente doméstico, que, em muitos casos, já é impregnado de televisão.

Todos temos que ser meros espectadores, 24 horas por dia. Muito bem cantaram os geniais Tribalistas: "Não tenho paciência para televisão. Eu não sou audiência para a solidão(...)". Pois é, na rua, eu faço coro à eles. Já não se pode mais curtir a companhia de outra pessoa, temos todos que ficar voltados para nossa individualidade de frente para a onipresente TV.

Ainda na pizzaria, tentando comer a pizza e conversar, em meio ao ruído e à interferência desagradável da TV, eu e meu amigo começamos a nos lembrar da quantidade de locais que, hoje em dia, nos impõem a televisão. Eu lembrei do outrora agradável Diagonal, localizado no baixo Leblon, clássico reduto da boêmia carioca, que agora nos obriga a ouvir as brincadeiras sem graça do Faustão quando o que queríamos era só almoçar com amigos, família ou na nossa própria companhia. Ele lembrou de um açougue, também no Leblon, que também tem a sua TV.

Nós dois, que tínhamos acabado de voltar da praia, suspiramos aliviados: "Que bom, pelo menos, temos a praia livre deste mal!". Mas, rapidamente, meu amigo emendou: "Que nada, em breve, até as praias vão ostentar suas TVs...". Ops, espero que ele esteja errado.

sexta-feira, 6 de março de 2009

A beleza nasce do caos



Noite dessas, durante minha aula de teoria musical, fui surpreendida pela seguinte frase do meu professor: "a beleza da música vem da desordem".

Foi um choque pra mim ouvir essa sentença!

Explicando a frase do professor: para compor uma canção precisamos juntar notas musicais (até aí, nenhuma novidade!), acontece que se juntarmos notas iguais, por exemplo Dó Dó Dó, a música fica monótona (exatamente daí veio o palavra monotonia mono= um, tono= tom). Mas, além de variar a altura das notas - por exemplo Dó Mi Sol já soa melhor do que Dó Dó Dó - é essencial que o compositor varie a duração de cada nota.

Assim, se uma nota dura um tempo x, a nota seguinte dura o dobro do tempo e a que vem depois dura metade de x. Resumindo, a variação e a desordem das durações de tempo das notas é o que dá ritmo às canções.

Adorei a descoberta. Até porque sou um tanto bagunceira...
Quem sabe a desordem não seja de todo o mal. Talvez o nosso caos de cada dia seja capaz de produzir alguma beleza. Tomara!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Chorar é preciso




Eu sou adepta do choro. Não o gratuito, mas aquele que coloca pra fora um sofrimento visceral quando a tristeza corrói por dentro. Nesses momentos, o choro literalmente lava a alma. Encher o rosto de lágrimas e esvaziar-se de todo o constrangimento deste ato, um tanto censurado pela sociedade, é preciso.

Aliás, prender o choro, dizem médicos e psicanalistas, não faz nada bem. Especialistas afirmam que quando sofremos, não devemos tapar o sol com a peneira e tentar ficar feliz. O melhor a fazer é sofrer o que temos de sofrer, até não restar mais uma gota de choro e vier o sorriso natural e verdadeiro.

Uma vez ao mês é a média saudável de choro. Sério! Li esta estatística em uma reportagem da revista "Vida Simples", que adoro. As mulheres ainda tem o álibi da TPM, que nos torna mais sensíveis e suscetíveis às emoções. Mas chorar demais também não é legal, demonstra que algo em sua vida não vai bem. É, até pro choro existe um equilíbrio.

Encerro o post com uma canção de BB King que fala da glória do amor, mas pode ser aplicada à glória de viver bem:

"The Glory of Love"

You've got to laugh a little
Cry a little
That's the story of
That's the glory of love


I agree!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O eterno Deus Mudança


O Ano Novo nos convida a mudar...

Já começa na celebração. Inventaram que pra dar sorte, é preciso ir à praia de noite (no ano inteiro, ninguém se aventura), pular sete ondinhas, comer 12 uvas, lentilhas e por aí vai. Nada contra, até porque eu sigo todos os rituais.

Mas o que mais me intriga é a tal da necessidade que sentimos de mudar. Acho que é a principal inspiração que esta data causa à maior parte das pessoas. Tomar novas resoluções, emagrecer, mudar de emprego, fazer um trabalho voluntário, ou seja, deixar de ser como éramos para nos tornarmos melhores.

Mas mudar é quebradeira, implica em abandonar o conhecido, mergulhar em mares desconhecidos com a pequenez de uma criança. E, talvez o mais complicado, implica em escolher. E escolher, implica NECESSARIAMENTE em abdicar. Abdicar do conveniente, do conhecido para encontrar ou apenas buscar a verdadeira felicidade. Pra mergulhar de cabeça no novo.

Boa sorte e 2000inove!